Anúncios google

segunda-feira, abril 09, 2012

Cidade



Ao levantar da poeira dos pés que passam
Dos pés que correm para parte incerta
Ao barulho ensurdecedor das vozes que gritam
Das vozes que clamam sempre inquietas
Pesa o futuro de um silêncio sem par
Quando todos os pés deixarem de correr
E todas as vozes deixarem de clamar.

Tudo é tão breve
Tudo é tão excruciantemente breve
Dura o tempo em que esta frase se escreve
Dura menos que um floco de neve
Que já o deixou de ser antes de tocar o chão.

Neste plano em que todos somos irmãos
Contemporâneos de uma mesma idade
Foi-nos dado um solo baldio
Pejado de pedras, longe do rio
E nele edificaremos a cidade.

Nele edificaremos a (feli)cidade
Que é o mesmo que dizer
Que nela abriremos espaços
Que é o mesmo que dizer
Que nela empenharemos os braços
Para que nessa cidade
O homem encontre a sua morada.

Sem comentários: