Anúncios google

domingo, maio 09, 2010

Sinais da Modernidade



Nunca deixando de ter em vista o significado de “modernidade” como tendência em moda, e não como sinónimo de progresso (como é de uso corrente), é mister fazer uma síntese geral dos principais sintomas da modernidade em que vivemos.

Hoje, são pelo menos dois os sinais dos tempos. A saber,

1) os grupos económicos transnacionais têm cada vez mais poder político, sobrepondo-se largamente ao poderio nacional tradicional, influenciando-o e esbatendo-o em nome de interesses eminentemente lucrativos. Isto é perfeitamente sintomático no actual estado-de-coisas, na medida em que a dependência financeira dos países em relação às entidades financiadoras é cada vez maior, colocando-os à mercê de empresas de rating e de especuladores sem escrúpulos.

2) as pessoas, habituadas à redoma de uma existência controlada, aos ecossistemas artificiais, a uma previsibilidade aparente fundada na evolução tecnológica, parecem cada vez mais alienadas dos ritmos que o homem não tem capacidade de controlar, noutras palavras, os ritmos naturais. Só isto explica o absurdo constrangimento que a maioria das pessoas imputam às “entidades oficiais” por “nada fazerem”, quando um fenómeno natural ocorre e impõe paragens preventivas nos ritmos artificiais. Sim, é garantido que o vulcão na Islândia se “está nas tintas” para os problemas humanos, e é bom que as pessoas se habituem à velocidade da natureza que sempre vence, e sempre vencerá.

Quanto ao primeiro sintoma, uma evolução linear assente na sua premissa conduzirá inexoravelmente à dissolução dos estados nacionais em prol de estados transnacionais, assentes em modelos empresariais que redefinirão fronteiras e assentarão em novos “fascismos” assentes na produtividade como objectivo primário, reeditando a ideia do “homem novo” voltado para novas escalas de valores que serão consequência de um novo status quo.

Quanto ao segundo, a Natureza se encarregará progressivamente de desiludir a humanidade, impondo-lhe cada vez mais os seus limites, e confrontando-a com a inevitabilidade da sua hegemonia, à qual os ritmos artificiais e humanos terão de se subjugar, e não ao contrário como até hoje tem acontecido.

Entenda-se como se quiser.

Sem comentários: