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sexta-feira, dezembro 11, 2009

Mais um degrau - a formação é um direito




Finalmente, amanhã termino a curso de formação de formadores. Cumpri mais um pequeno-grande objectivo, com algum sacrifício e jogo de cintura para conjugar a indeterminação horária do meu actual emprego com os horários do curso. Farei uma apresentação, assim como todos os meus outros colegas, que será avaliada segundo 14 critérios de correcção, e que nos dará acesso ao tão desejado CAP.

Nestes quase dois meses de formação conheci gente extraordinária, cheia de histórias de vida, de idiossicrasias diversas com as quais muito aprendi. Valeu em grande medida por toda a experiência adquirida, não só no âmbito pedagógico, como no âmbito do relacionamento inter-pessoal. Tenho de agradecer a todos os formadores, e em particular ao Dr António Fonseca, gestor e formador da WPM - empresa de formação onde tirei o curso -. De notar a atenção que disponibilizou, a genuína preocupação com que lidou com o meu caso pessoal, fazendo os possíveis para ajustar o horário do curso ao meu horário de trabalho.

Admiro a iniciativa de cada um dos meus colegas, sobretudo daqueles que vêm de meios profissionais muito diversos da formação, ou são mesmo considerados "indiferenciados" pelo mercado de trabalho, dado possuirem apenas o 12º ano. Toda a vontade de aprender mais e melhor é, não só absolutamente legítima, como prova de uma humildade profunda capaz de levantar mundos. Ninguém tem de se sujeitar eternamente a ser mal pago, explorado e muitas vezes humilhado no seu local de trabalho. Ninguém tem de ser eternamente "carne para canhão" das empresas, visto como facilmente substituível, dispensável, descartável. Há uma facto de que ninguém se pode esquecer, sobretudo aqueles que estão em cargos de chefia ou comando: todas as pessoas têm dentro de si um senso de dignidade que tem de ser respeitado. Este senso é tão grande quanto a pessoa se sente digna de ser vista como aquilo que é, ou aquilo que se esforça por ser. Procurar mais e melhor formação é assumir que se é digno respeito, e até de admiração, ainda que muitas vezes baste uma palavra de reconhecimento.

Como estou a ler num livro esquecido e empoeirado dos anos sessenta, esquecido algures entre as prateleiras da Biblioteca da Junta da Senhora da Hora, ferir o senso de dignidade de um ser humano gera ódio e ressentimento. O ódio e o ressentimento mal geridos e recalcados conduzem à maldade, ao desrespeito mútuo e à violência, que na nossa sociedade se expressa em criminalidade violenta, menos violenta, violência doméstica, e até nas guerras nas quais fomos e somos ainda protagonistas.

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