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quarta-feira, agosto 26, 2009

Rubrica quase humorística - Paraísos e outros risos


Como se sabe, existem vários tipos de paraíso. Existe o vulgar edén ajardinado, cheio de árvores de fruto, pequenos ribeiros de água límpida e anjos e arcanjos de túnica branca. Este é o típico paraíso cristão. O homólogo muçulmano também é interessantíssimo, e embora não tenha relva – os jardins árabes não têm relva – tem mais virgens à solta que qualquer praga de erva daninha (curioso, porque à semelhança da relva, as virgens são também verdes e tenrinhas). Contudo, há um tipo de paraíso que começa a ganhar adeptos um pouco por todo o mundo. Não, não se trata de uma nova religião. Aquela história de que deixamos cá tudo quando morremos é uma grande mentira, porque neste novo tipo de paraíso, o dinheiro que temos cá na terra – ou na terrinha – chega lá antes de nós. Antes, os ricos iam todos para o inferno. Já diz a Bíblia que mais depressa passa um camelo pelo rabo da agulha do que um rico vai para o paraíso! Ora, a solução encontrada para não deixar os ricos de fora, foi inventar o paraíso fiscal! João Rendeiro tem o privilégio de ser um dos primeiros a usufruir deste novo tipo de paraíso, e para o merecer não teve de fazer boas acções. Bastou comprá-las a preços baixos, e vendê-las depois em alta! Para o merecer não foi preciso ter valores. Bastou extorqui-los fartamente aos depositantes que confiaram na sua idónea instituição financeira. Estou certo que o paraíso fiscal é a solução para todos os males do mundo, em particular para o terrorismo. Senão vejamos: quando um talibã estiver prestes a carregar no botão para fazer explodir os 8 charutos de dinamite que tem à cintura vai pensar, «Eh pá, 70 virgens ou 70 milhões nas Caimão?». Estou certo que preferirá os 70 milhões, e tornar-se-á um homem novo. Se preferir as 70 virgens, de certeza absoluta que mais tarde ou mais cedo ficará destroçado por não ter escolhido correctamente. O seu coração – e não só – ficará em pedaços por saber que poderia estar a comer chocolate alpino e a beber leite de vaca suíça.

Uma outra nota interessante desta última semana foi a tonelada de diplomas legislativos que o nosso presidente foi obrigado a levar para férias. Nas suas próprias palavras, a quantidade é tão grande que «dava para encher um jipe». Falta, obviamente, saber a que tipo de jipe se referia Cavaco. Sabe-se de fonte segura (eu sei aliás) que na última conversa semanal entre Belém e São Bento, o primeiro-ministro propôs a Cavaco Silva que levasse todos os diplomas gravados no Magalhães. Afinal, sempre poderia pôr os netinhos a ler enquanto jogavam um qualquer jogo com coelhinhos a correr e a saltar. Depois era só vetar.

Por falar em Magalhães, lembrei-me que seria interessante se fizéssemos uma espécie de tratado de Methuen com a Venezuela. Em vez de fornecermos vinho do Porto em troca de têxteis ingleses, forneceríamos Magalhães (por mim podiam ser todos) em troca de misses venezuelanas. No fundo, as misses são em tudo semelhantes aos Magalhães, nomeadamente no facto de não falarem português. E estou certo que seria muito melhor para a nossa economia, sobretudo no turismo, se tivéssemos mais mulheres bonitas, em vez de andarmos a distribuir computadores com joguinhos «didàticuz».

Há uns meses, um estudo revelou que muitos casamentos estavam em vias de terminar por causa, imagine-se só, da Internet. Ao que parece, muitos homens preferem estar abeirados juntos aos seus computadores, do que abeirados junto às suas mulheres. E não os censuro, porque, em grande medida, mais tarde ou mais cedo, a relação entre um homem e uma mulher torna-se tão rotineira que não passa do digital, e em boa verdade é mais fácil encontrar o G num teclado do que numa mulher. Além de que, no pc dá sempre para baixar o som e pôr a hibernar sempre que se quiser.

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