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domingo, agosto 30, 2009

O Poder de Votar




Trust the people - this is the crucial lesson of history
Ronald Reagan



No dia 27 vamos a votos para escolher a próxima legislatura. O PS já apresentou o seu programa eleitoral, bem como o PSD, e é de esperar que hoje seja apresentado o do CDS.

Acredito que estas eleições legislativas serão decisivas, talvez as mais importantes e significativas num tempo de crise económica e política. Quem será capaz de mobilizar os portugueses, de se assumir com uma liderança capaz, eficaz, e inovadora? Devemos apostar na continuidade e na estabilidade, ou na ruptura? Precisaremos de uma nova maioria, ou estaremos preparados para governos de minoria? Teremos novas eleições já daqui a dois anos?

E quanto às questões concretas: deveremos assumir como inevitável e inultrapassável a crise de crescimento e de desemprego, ou haverá de facto lugar para a mudança? Que forças políticas serão capazes de a levar a cabo? Podemos conduzi-la sozinhos, como país, ou teremos de rever as nossas relações com a UE, bem como os critérios e prerrogativas que figuram no tratado de adesão?

Será possível encontrar uma solução para a falta de empregabilidade dos jovens? Será possível - no contexto de um mundo globalizado e dominado cada vez mais pelas prerrogativas laborais dos países emergentes - acabar com a precariedade laboral, os baixos salários, o desemprego crescente? E se tal solução existe, será ela compatível com a competitividade das empresas num contexto internacional?

Haverá forma de potencializarmos e fomentarmos o investimento em áreas do sector terciário - agricultura, pescas, agro-pecuário - sem entrarmos em conflito com o regime de quotas? Estaremos preparados para rever as nossas prerrogativas de adesão, e se for necessário, abdicarmos de fundos estruturais em nome do desenvolvimento dentro de portas? Seremos capazes de acabar com a crescente dependência a todos os níveis da sociedade civil, de criar oportunidades e dar força às pessoas para que ponham em prática os seus projectos, os seus sonhos, os seus planos de vida? Estaremos preparados para criar uma política de subsídios mais justa e menos cega, dada a desvarios igualitários sem qualquer correspondência com o mundo real?

Estaremos preparados para acabar com certas «aristocracias» ainda remanescentes, de responsabilizarmos cada vez mais a administração pública - e aqui incluo os próprios políticos -, apostando cada vez mais na eficácia dos serviços, no atendimento informado, capaz, na resolução eficiente, informada e rápida das solicitações e problemas das pessoas? Neste contexto, haverá solução para a Justiça?

E para a educação? Seremos capazes de uma vez por todas de tomar consciência da importância fundamental, primordial, axial da educação e da formação? Será possível que as escolas, as famílias, as comunidades se tornem verdadeiros veículos de cidadania, de respeito pelo próximo, de responsabilidade e sentido crítico em relação à sociedade e ao mundo? E sem prejuízo da importância da vertente técnica e profissional, haverá salvação para os currículos das humanidades, da filosofia, da história e da arte, sem os quais não existe um desenvolvimento equilibrado e esclarecido da pessoa humana? Será assim tão importante o inglês quando não se fala/escreve correctamente em português? Será assim tão importante o Magalhães, quando as crianças não conhecem o valor da leitura?

É possível acabar com a insegurança sem pôr em causa as liberdades civis? Será possível acabar com os guetos urbanos e integrar devidamente as pessoas que neles residem? A emigração descontrolada será uma boa opção perante as dificuldades de integração daqueles que já cá estão?

As questões são muitas e de resposta urgente. Votem em consciência! Não deixem que outros escolham por vocês, porque não faltam velhos do restelo a dizer que «não vale a pena» ou que é «inútil». São esses mesmos velhos do restelo que, com a sua indiferença, nos tiram o poder de decidir e fazem as delícias de quem não tem interesse em deixar os seus «poleiros»...

1 comentário:

Sara disse...

Olá Ruben,

Só agora tive oportunidade de ler o teu post, que é de extrema pertinência e bastante reflectido!

Também essas questões me assaltam e me preocupam e deveriam ser transversais a toda a sociedade. Por vezes, sinto que estamos à espera que o Estado resolva todas as situações, e assim, tmabém por uma questão de comodimismo podemos culpabilizar alguém que não nós próprios!

A sociedade civil pode e deve ter um papel activo na sociedade onde se insere e da qual é parte integrante.

Parece-me que nesta questão das eleições é crucial, pararmos, pensarmos e reflectirmos sobre o que queremos para o nosso país! Por isso, votar em consciência é muito importante, é preciso questionarmos valores, e até mesmo o facto de toda a vida nos termos identificado com determinado partido politíco.

Por isso, eu tenciono pensar em todas as possibilidades para que no dia 27 possa votar em consciência!

Obrigada pelo teu texto, que como habitualmente está excelente!

Bjinhs.