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domingo, junho 07, 2009

Notas sobre o dia de hoje



Já cumpri o meu dever de eleitor. Eram 10 horas estava na Maia para votar, e fiquei agradavelmente surpreendido ao ver a quantidade de gente que ia e vinha das mesas de voto. Contudo, achei que os boletins de voto estavam demasiado simplistas. Referem apenas e unicamente os partidos envolvidos na cena eleitoral, sem referir os cabeças de lista a deputados. Infelizmente, grande parte das pessoas, sobretudo as menos informadas, as mais idosas ou até as mais novas, não associam as personalidades aos partidos que as representam. Outras, votam no partido como se de um clube do coração se tratasse. Votam no PS, ou no PSD tão naturalmente como ir à missa, e pura e simplesmente porque sempre o fizeram, como um ritual de longa data. Isto desresponsabiliza as personalidades e esvazia o voto de sentido. O boletim deveria referir, em primeiro lugar, o nome do cabeça de lista, e em segundo lugar, o partido que lhe serve de base de apoio. Claro que por uma questão de facilitismo (deve ser para poupar papel) colocam-se só os partidos. Pode ser que os mesmos boletins sirvam também para as legislativas. Escusa-se imprimir novos boletins a cada eleição... porém, isto é errado. Cada eleição é uma eleição, e cada homem ou mulher é diferente, embora reflictam nas suas acções, até certo ponto, a ideologia do partido onde estão inseridos. A democracia tem de ser mais activa e informada, e não apenas um ritual processional de 4 em 4 anos. Quanto à abstenção, que não considero augurar nada de bom, já enviei sms a quase toda a gente a apelar ao voto. E não me venham dizer que democracia é também escolher não votar, porque a história está cheia de gente que morreu, se sacrificou, foi torturada em nome desse direito simples de colocar a cruz no boletim, e o boletim na urna. Remeto esta minha chamada de atenção sobretudo às mulheres...

Quanto à fantástica sondagem que teve lugar neste blog, é curioso verificar que dos 34 votantes, 11 votaram no Miguel Portas (o vencedor), e o pretenso favorito a nível nacional, o sr Vital, teve apenas 1 voto... a verdade é que também não conheço bem a amostragem, nem sei se será suficientemente significativa em termos de espectro partidário, mas se estes resultados se reflectirem também a nível nacional... Desde já agradeço a todos os que votaram, fazendo votos para que passem a ser visitantes assíduos deste meu espaço.

Em última análise, acredito que ser político é das formas mais nobres de se ser intelectual. Aqueles que dizem que ser a-político é que é intelectual e digno de uma alma que não se quer conspurcar e prefere manter-se na sua torre de marfim, estão bastante equivocados. Mas também para esses, envio o meu abraço sincero. Sou marxista, mas apenas num e só num ponto: já há muito quem interprete o mundo (e deixem-me que diga que muitos o fazem, ou fizeram, mal); o que é preciso é mudá-lo.

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