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sábado, dezembro 31, 2005

Nova Era

Mudar de ano não significa mudar de era, não fosse a cronologia humana mais uma invenção da incomensurável imaginação do Homem. Porém acredito que, mais do que uma mudança de calendário podemos, de facto, penetrar numa nova era. Acredito e sinto que o ano que aí vem será decisivo para o progresso da humanidade. Ou porque nele convergirão ódios milenares, ou porque de novo descobriremos a roda. No Natal e verifiquei que, mais do que apelos ao ódio, à violência, ou ao prejuízo do próximo, as mensagens que corriam pelo mundo eram de paz, de amor. Senti que havia uma harmonia universal que durante o ano permanecera latente, mas que agora plenamente se revelava em apelos de paz. Foi essa corrente de amor e de redenção expressa em milhares de milhões de sms e de e-mails que me deu esperança no futuro. Acredito no ano que se aproxima, como acredito na consciência colectiva que a todos nos une em desejos e anseios. As pequenas acções são veículos profundos de amor, capazes de dissolver pequenos ódios, ressentimentos, e curar feridas nos corações mais impenetráveis.
Que a esperança vos acompanhe neste novo ano, com amor e compreensão. O resto virá por si.

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Porque não vêm, duvidam? Então o que dizer da maior parte das verdades que os homens tomam como certas sem nunca questionar? Ninguém vê o Bem, mas ninguém deixa de acreditar nele. Há algo muito maior que se manifesta em pequenas coisas, e só porque os nossos sentidos são tão grosseiros ao ponto de as não perceber, não significa que elas não existam, não sejam, não determinem tudo o que somos, e que existe. O caminho que percorremos é poeirento. Nele abundam os obstáculos e os desafios, tomados sempre como males terríveis, dignos de raiva, ódio, rancor. Nele abundam as incertezas sobre os atalhos a seguir, as estradas mais largas e desimpedidas, ou até os destinos que as justificam. Partir da nossa pequenez para justificar o mundo só leva ao total absurdo existencial, pois não pode uma mente limitada como a nossa albergar toda a racionalidade do Universo. E porque a razão humana é limitada, providenciou-nos a Natureza de uma arma capaz de colmatar em parte esta limitação! Nem todos a sabem descrever ou nomear. Sabem todos porém que ela se funda num acreditar profundo, inerente ao sentir humano. O mesmo acreditar que levou os homens desde o inicio a contemplar o horizonte com olhos de esperança, numa intuição profunda sobre algo que nem sempre foi claro, mas que os levou sempre mais além na busca de um mistério – o seu próprio! A mesma intuição que os levou desde sempre a encarar o desconhecido com um espanto profundo e curiosidade imensa, apesar de na mesma medida o temerem. Na Fé, o homem aprendeu a ver para além do horizonte na certeza da descoberta inaudita; aprendeu a ver o Oriente a Oriente do Oriente; aprendeu a ver para além de si! É esta Fé verdadeira que garante para sempre a Transcendência, pois do mistério se alimenta o homem desde sempre. Acabe-se o mistério e perde-se a alma humana! É esta a verdadeira fé porque não se cristaliza nem se dogmatiza. Dogmatizar a fé é destruí-la; é dar-lhe o fim e a verdade em si mesma, na qual ela se dissolve até se extinguir. A Fé real vê sempre para além de si mesma, inesgotável. A Fé verdadeira é e será eternamente mistério absoluto. É no caminho para o mistério que o homem se realiza; e deste a Fé se alimenta e nele se cumpre.